quinta-feira, 21 de junho de 2012

Novas drogas sintéticas induzem usuário a agressão extrema


As autoridades quase não desconfiavam que no Sul da Flórida (EUA) se consome drogas sintéticas que induzem o usuário a cometer atos de agressão extrema até que policiais observaram o que faziam dezenas de estudantes em um posto de gasolina da região.

No estabelecimento, os jovens vendiam legalmente envelopes com incenso de ervas (maconha sint
ética) que, junto à "sais de banho", são uma nova geração de drogas que aparentemente tiveram influência nos chamados casos de "canibalismo" de Miami.

"Eu n
ão sabia que isto existia, é algo que ninguém sabia o que era. Os policiais averiguaram o local, se deram conta de que se tratava de maconha sintética e os detetives começaram a pesquisar na internet sobre esta droga. Isso aconteceu há dois ou três meses", disse à Agência Efe o prefeito de Sweetwater, Manuel Maroño.

Sweetwater, em Miami-Dade, foi a primeira cidade deste condado a aprovar, em maio, uma lei que pro
íbe a venda da maconha sintética, conhecida como "Spice", "K-2", "Genio", "Fogo de Iucatã", "Krypto do rei", "O senhor boa gente", "Magia vermelha" e "super skunk".

Miami-Dade e a cidade de Sunrise tamb
ém adotaram posturas similares.

"Estou extremamente preocupado, isto
é novo. Esta droga é ainda mais perigosa do que a maconha original, e o tal 'sais de banho' também é mais forte que a cocaína. A longo prazo, não sabemos quais serão os efeitos", disse um servidor público.

No caso do "canibal de Miami" Rudy Eugene, que devorou 75% do rosto do morador de rua Ronald Poppo na ponte da estrada MacArthur, que liga Miami Beach ao centro da cidade, as autoridades investigam se Eugene agiu sob os efeitos da "sais de banho", que
é vendida como "Cloud 9" e "Ivory Wave".

O psicoterapeuta Alfredo Hern
ández explicou à Agência Efe que esta droga é "como um tipo de cocaína superpoderosa produzida em laboratórios" que altera no cérebro os mecanismos que ajudam o ser humano a frear os impulsos.

"A rela
ção de controle e impulso que dispara estes mecanismos se perde porque esta droga altera o lóbulo frontal, que ajuda a medir as consequências; a amígdala dentro do cérebro, que leva ao impulso; e o hipocampo, que ajuda a não agir sob todos os impulsos", apontou.

A "Cloud 9" e a maconha sint
ética produzem psicoses, delírios, alucinações auditivas e táteis.

"Isto
é muito comum com estas drogas. Tive vários pacientes que pensam que são Deus ou acham que têm poderes sobrenaturais", disse Hernández, administrador do centro de saúde mental Improving Lives de Miami.

Ele preveniu que a "sais de banho"
é "uma combinação muito perigosa, porque é uma droga que dá muita energia, altera a consciência e elimina a possível regulação das consequências dos atos".

"Isso, unido a pessoas que possam ter uma predisposi
ção de psicopatologia mais severa, como no caso da população de moradores de rua que têm histórico de bipolaridade, esquizofrenia e outros problemas mentais, é uma combinação mortal", acrescentou.

Hern
ández alertou que possivelmente o sul da Flórida "verá outros casos similares" como o de Eugene, porque estas substâncias são fáceis de conseguir, baratas e representam "uma nova geração de droga".

Maro
ño advertiu que os jovens se sentem atraídos por estas substâncias porque podem comprá-las legalmente e pelo fato de não serem detectadas no organismo quando são submetidos a exames de drogas.

"Temos que nos preocupar muito com estas drogas sint
éticas e assegurar que não sejam mais vendidas, e que as companhias produtoras não continuem inventando outras substâncias", disse.

As autoridades confirmaram que no caso do mendigo Brandon de Le
ón, ele tinha consumido "Cloud 9".

O homem, ap
ós ser detido no último sábado por conduta desordenada, ameaçou dois policiais e tentou mordê-los.

"Brandon grunhia, abria e fechava a boca e rangia os dentes como se fosse um animal", indicaram agentes no relat
ório policial ao qual a Efe teve acesso.

Eugene, de 31 anos, tamb
ém ameaçou o policial que tentou prendê-lo quando arrancou o nariz, os olhos e parte da testa de Poppo com seus dentes. Um agente teve que atirar várias vezes e "o canibal" morreu.

Yovonka Bryant, namorada de Eugene, assegurou recentemente que
é "muito provável" que uma droga que lhe tenha sido "ministrada sem seu consentimento" o tenha levado a cometer o ataque.

"Ele nunca ingeriu
álcool, nem usou drogas perto de mim. O vi apenas uma vez fumando um cigarro de maconha. Rudy e eu nunca falamos sobre canibalismo", disse.

Ela e sua advogada, Gloria Allred, salientaram a import
ância de o público estar muito informado sobre o risco do uso de certas "drogas que podem levar que os seres humanos a cometerem canibalismo"

Publicada: 19/06/2012 20:31| Atualizada: 19/06/2012 20:31
Imagens da Internet.    
Agências internacionais

Um comentário:

  1. Realmente é preocupante a evolução dessas novas drogas e o fascínio que elas exercem sobre as pessoas.

    Enquanto isso, em muitas cidades brasileiras se vê marchas pela descriminalização da maconha. Há um certo romantismo em se fazer apologia ao uso de drogas.

    A meu ver todos os usuários de drogas também deveriam ser responsabilizados pelos crimes relacionados ao uso e ao tráfico dessas substãncias.

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